Dentre todos esses anos tivemos a oportunidade de sermos entrevistados em vários programas de rádio, jornal, TV e internet. Sempre tentando levar conhecimento e divulgar cada vez mais a raça ovelheiro gaúcho, e por consequência o trabalho do Canil Santa Terezinha. 

Rádio:

Participação na Rádio Gaúcha, com o apresentador Lucianinho Périco, hoje narrador do grupo RBS. (2016)
Entrevista, ao vivo, para a Rádio Urapuru-FM, de Passo Fundo-RS. (2018)

Internet:

Entrevista, durante a Exposição Internacional do LKC, para o canal do Facebook watch do Jornal Plateia, do município de Santana do Livramento-RS. (2017)
Matéria sobre o Grande Campeão da Expointer, GC Teimoso da Sta Terezinha, para o Site do Canal Rural, do grupo GLOBO, com abrangência em todo o Brasil. (2018)
Citação na reportagem da editora Gazeta sobre os excelentes resultados obtidos na Expointer (2018).
Reportagem sobra exposição especializada da raça, organizada pelo Canil Santa Terezinha, em Rio Pardo-RS (2019)
Ficamos honrados com a imagem de uma de nossas fêmeas sendo usada como "garota propaganda" no Flyer elaborado pela Secretaria de Agricultura do governo do estado do RS para divulgação dos animais presentes na Expointer em 2018.
Reportagem sobre o relato do viajante francês Auguste de Saint-Hilaire, que passou pelo Rio Grande do Sul em setembro de 1820. (2023)

Abaixo o texto, na íntegra, publicado na coluna do Jornalista Leandro Staudt, no site ClicRBS. 

O botânico e viajante francês Auguste de Saint-Hilaire passou pelo Rio Grande do Sul há dois séculos. Em seus escritos, na forma de um diário, fornece rico retrato da vida na imensidão de campo no extremo sul do Brasil. Entre tantas peculiaridades, no livro Viagem ao Rio Grande do Sul, descreve o cão ovelheiro. Em 19 de setembro de 1820, depois de passar um mês em Rio Grande, Saint-Hilaire deixou o povoado e pernoitou na estância do tenente José Vieira, na região do Arroio das Cabeças. Lá, observou a criação de ovelhas. Abaixo, reproduzo o que o francês escreveu sobre o cão de pastoreio: "O Tenente Vieira possui rebanho de ovelhas que, como os demais da região, permanece sempre nos campos, mas é guardado por um desses cães, chama do ovelheiro, de que fala o abade Casal. Eis o que me contou o tenente sobre esses animais. Toma-se um cachorrinho, antes que tenha aberto os olhos, separa-se da mãe, obriga-se uma ovelha a amamentá-lo, e constrói-se-lhe um pequeno abrigo no meio do rebanho. Os primeiros seres vivos que se oferecem à sua vista são os carneiros; o cachorro acostuma-se a eles, toma-lhes afeição e erige-se em seu defensor, repelindo com valentia os cães selvagens e outros animais que os vêm atacar. Habitua-se a vir comer pela manhã e à tarde na estância; além disso, nunca mais abandona o rebanho e, quando as ovelhas se afastam da casa, priva-se até de alimento para acompanhá-las".

cachorro, mas tudo indica que é ancestral do Ovelheiro Gaúcho, raça reconhecida pela Confederação Brasileira de Cinofilia. Como já contei na coluna, o cão é de estatura mediada, com pelagem densa que o protege do frio no inverno e do calor no verão. O Ovelheiro Gaúcho apresenta grande resistência e agilidade, rústico para encarar a vida rural e sem agressividade com os rebanhos. A história do cão remonta ao início da ocupação de europeus, com necessidade de cuidar dos rebanhos. A origem da raça ainda gera alguma divergência entre criadores. O certo é que foi uma mistura. O nosso cão gaúcho provavelmente tem entre seus antepassados raças como Rough Collie, Pastor Alemão e Boder Collie. O início pode ter sido com o Cão da Serra da Estrela, trazido de Portugal. Por lei estadual, o Ovelheiro Gaúcho é patrimônio cultural e genético do Rio Grande do Sul.

Botânico francês Auguste de Saint-Hilaire

Saint-Hilaire chegou a primeira vez na província em junho de 1820. Pelo Litoral Norte, veio a Porto Alegre. Depois, desceu para Rio Grande e foi à Cisplatina (atual Uruguai). Ingressou novamente nas terras do atual estado do Rio Grande do Sul e só retornou ao Rio de Janeiro em maio de 1821, embarcando no porto de Rio Grande. Sobre o relato do viajante francês, o criador Diego Paz, do Canil Santa Terezinha, de Rio Pardo, esclarece que hoje não é mais adotada a prática de colocar ovelha para amamentar filhotes de cães.

Jornal:

Colaboração para a matéria escrita pelo cinófilo Telmo Souza Lima Filho, sobre o ovelheiro gaúcho, para o Jornal O Guri, do Kennel Clube do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre-RS. (2016)
Reportagem sobre a exposição especializada da raça Ovelheiro Gaúcho na Expointer, em Esteio-RS. (2016)
Coluna Social do Jornal Gazeta do Sul, de Santa Cruz do Sul-RS (2018).
Reportagem sobre a exposição especializada da raça Ovelheiro Gaúcho, organizada pelo Canil Santa Terezinha, para o jornal Gazeta do Sul, de Santa Cruz do Sul-RS. (2019)
Coluna Social do Jornal Cidades do Vale, de Faxinal do Soturno-RS (2023).
Participação na coluna dominical do repórter Leandro Staudt no jornal Zero-Hora . (2022)  
Destaque na capa da versão especial impressa da Rádio Rio Pardo que conta algumas histórias e curiosidades sobre o distrito do Passo do Adão, onde está localizada Fazenda Santa Terezinha. (2022)  

TV:

Entrevista ao vivo para o Programa da Regina Lima, da BAND-RS. (2017)
Participação no programa Vitrine Rural, da Band-RS, apresentado pelo cantor tradicionalista Amilton Lima. (2019)
Participação no Programa Guia de Raças, apresentado pelo famoso biólogo Richard Rasmussen, para o seu canal do instagram com mais de 1,5 milhões de seguidores. (2022)
Participação no programa Masbah!, do SBT-RS, apresentado pela comunicadora Brunna Colossi. (2023)
O CD Regresso, de Arthur Mattos, conta com a faixa Caseiro, uma linda homenagem ao cão ovelheiro e sua representatividade na cultura regional. Inspirada no trabalho realizado no Canil Santa Terezinha.

Revista:

Citação, ao Canil Santa Terezinha, no anuário 2022, de listagem especial de criadores do Brasil, TOPCÃES, pela renomada revista Cães & Cia, referência no meio cinófilo.
Participação no álbum de figurinhas da editora KROMO, de São Paulo-SP. Onde foram reunidas 230 raças de cães de todo o mundo. A raça Ovelheiro Gaúcho foi representada pela fêmea Doce Negrinha da Sta Terezinha.    
Destaque na revista Imagens Gaúchas nº42, onde a viagem a Nova York-US foi contada na matéria da página 27. 

Quer saber mais sobre o o Canil Santa Terezinha?

Segue, na integra, a entrevista que o proprietário do Canil Santa Terezinha, Diego Paz, concedeu em 2018, para o presidente do Kennel Clube do Rio Grande do Sul, Pedro Armando Lang, a qual foi publicada no jornal "O Guri", de Porto Alegre, em outubro do mesmo ano.


1- Desde quando cria Ovelheiro Gaúcho?

A Fazenda Santa Terezinha entrou no meio cinófilo de criações em 2014, porém a nossa criação é bem mais antiga (1969). A pecuária de corte é a atividade da família Paz desde a época do meu bisavô, e os Ovelheiros sempre foram uma importante ferramenta de trabalho, principalmente no pastoreio com bovinos e ovinos. Então, estimamos que nossa linhagem funcional tenha, no mínimo, 30 anos de seleção própria.


2- Por que começou a criar essa raça?

Na realidade eu não consigo dizer se foi eu que comecei a criar ovelheiros, ou se foi eles que me criaram. Nos álbuns antigos de fotos temos vários registros de ovelheiros, é uma relação que mistura tradição de família, cultura gaúcha e amor aos animais.


3- Qual o cão de sua criação você destaca como sendo seu melhor cão, e por quê?

Dos doze ovelheiros que possuímos no nosso atual plantel, o padreador Filé Mignon da Sta Terezinha, um macho amarelo osco de quatro anos, é o ovelheiro que destacamos como sendo nosso animal mais importante. Pois além de brilhar nas pistas de exposição com inúmeras premiações, também tem um desempenho de pastoreio absolutamente fantástico, ou seja, é um ovelheiro completo, representando assim a sintetização da nossa seleção morfofuncional.


4- Quais foram às conquistas que mais lhe marcaram no seu tempo de criação?

Foram várias. Por três oportunidades tivemos o melhor exemplar da raça na tradicional exposição especializada da Expointer, em Esteio-RS. Em 2018 também tivemos o vencedor da exposição Américas y El Caribe, em Fortaleza-CE. Sem contar os vários títulos homologados de Campeão e Grande Campeão Brasileiro que os cães da nossa criação conquistaram nos últimos anos. Também relembramos ainda que em 2016 exportamos um casal de filhotes para os USA, o que para nós foi uma grande conquista, principalmente pela divulgação internacional.


5- Como é o convívio da raça no ambiente familiar?

Convívio ótimo, uma raça dócil.

A integração entre a nossa família e os ovelheiros sempre foi em perfeita harmonia. Mas claro, nunca “humanizando” os cães, sempre os tratando com amor e carinho que eles merecem, mas respeitando o espaço entre homem e animal.


6- Em sua opinião, quais as principais qualidades da raça?

A raça Ovelheiro Gaúcho se destaca por ser completa, servindo inicialmente para pastoreio, como define o padrão oficial CBKC, mas também pode servir para proteção do pátio, na medida que eles latem em sinal de alerta de que alguém se aproxima. E por último, também servem como um excelente cão de companhia para proprietários de todas as idades, devido ao comportamento adaptável.


7- Qual as maiores dificuldades encontradas na criação da raça?

Atualmente a maior dificuldade tem sido encontrar linhagens funcionais de pastoreio. Com o êxodo rural e com a migração de raças estrangeiras no RS, o fenótipo do tradicional Ovelheiro Gaúcho esteve ameaçado de “extinção” no início dos anos 2000. Felizmente estamos conseguindo fazer esse trabalho de "resgate e preservação", e hoje é a raça que mais cresce no meio cinófilo.


8- Na sua avaliação, qual o aspecto a ser observado no Ovelheiro Gaúcho? (Cabeça tipicidade, temperamento, pelagem, angulações, movimentação, linha inferior, linha superior, paralelismo, etc)?

Conforme o padrão oficial CBKC, o ovelheiro é uma raça indiscutivelmente pastora. Partindo desse principio, o aspecto morfológico mais importante para que um cão exerça um pastoreio de qualidade, são as angulações de membros, aprumos e consequentemente a sua movimentação. E não é que eu não ache importante uma cabeça bonita ou uma pelagem encoleirada, mas essas são características secundárias no momento da ação de pastoreio. Já um ovelheiro que possui uma boa movimentação, tende a conseguir executar de forma mais fácil e natural o pastoreio. É uma questão de biomecânica.


9- Na sua opinião, é possível constatar-se uma homogeneidade dos cães de pista? 

Definitivamente, não. Eu participei de todas as exposições que aconteceram no RS em 2018 e falo isso com propriedade. Porém, esse é um problema que não podemos colocar na conta dos criadores, e sim do padrão oficial da CBKC. Acontece que, do ponto de vista de “estrutura”, o padrão é perfeito. Exemplo: Stop moderado, garupa arredondada, posteriores bem angulados, jarretes curtos, lombo curto e pés de lebre. Ou seja, não existe margem para interpretação. Porém, do ponto de vista de “identidade”, o padrão é extremamente vago. Exemplo: Todas as cores são admitidas, muitos diferentes formatos de orelhas são admitidos e a variação entre cernelha mínima e máxima é muito grande. Essa amplitude de características acaba dificultando o julgamento dos árbitros em pista, e isso claramente prejudica o reconhecimento da raça junto a FCI (Federação Internacional de Cinofilia), uma vez que não existe homogeneidade entre a população de ovelheiros. 

Na minha opinião, uma complementação do padrão, descrevendo de forma mais precisa as características morfológicas tradicionais de tipicidade e também as características morfológicas que melhor auxiliam a saúde e a função de pastoreio, ajudaria muito os criadores a nortear o processo seletivo. E a partir do momento que a raça adquirir homogeneidade, o reconhecimento pela FCI seria apenas questão de tempo.


10- Qual a principal falta observada no Ovelheiro Gaúcho?

Como disse anteriormente, ovelheiro é um cão de pastoreio do type collie, e conforme definição da FCI, esses cães fazem parte do grupo 01, ou seja, exemplares que apresentem características morfológicas de outros grupos, que não as pastoras, devem ser consideradas faltas graves. Exemplos: cães que trotam com a cauda enrolada sobre o dorso, (característica de cães primitivos, grupo 5), cães que apresentam ergot (unha "perdida" no jarrete, também característica de cães primitivos asiáticos, grupo 5), cães demasiadamente pesados, com muito osso, saliências proeminentes face, crânio largo e pé espalmados (característica de cães molossoides, grupo 2), cães com pelagens tigradas (também característica de molossoides, grupo 2), cães com orelhas totalmente sem capacidade de ereção, popularmente conhecidas como orelhas “bambas” (característica de cães hounds, grupos 4 e 6). Somado a isso, as características indesejáveis de temperamento, como agressividade ou timidez, a meu ver, também devem ser consideradas faltas graves.


11- Na sua opinião, ainda existem muitas dúvidas dos proprietários de Ovelheiro Gaúcho sobre a tipicidade ideal?

Sim. Porém não somente os proprietários, mas também nós criadores temos dúvidas.

A tipicidade de uma raça esta atrelada a finalidade a qual ela se destina.

Um ovelheiro inteligente, que exerce com qualidade a ação de pastoreio, provavelmente tem a tipicidade ideal, e vice-versa. De qualquer forma, acredito que aos poucos as coisas vão indo para o seu lugar, e mesmo com todos os percalços, a raça Ovelheiro Gaúcho é a que mais cresce. Em 2018 promovemos, na Expointer, uma exposição especializada recorde, com mais de 60 ovelheiros em pista, estamos em franca ascensão, realmente somos a bola da vez.


12- Como esta o mercado da raça?

Eu prefiro encarar a cinofilia como um hobby e não como um negócio. Claro que eventualmente nós acabamos ofertando filhotes, mas isso se dá muito mais para amenizar o nosso fatídico prejuízo, com os gastos veterinários, alimentação e remédios, do que propriamente com um hipotético lucro.

O fato é que, quando se fala em mercado, a primeira coisa que vem a cabeça são as vendas. E atualmente o que mais tem saída são os filhotes de pelagens ornamentais raras, no caso dos ovelheiros, as pelagens relacionadas ao gene merle, principalmente a cor acinzentada, popularmente conhecida como “azulega”.

Confesso que não tenho absolutamente nada contra esse tipo de coloração, inclusive possuo animais com essa característica. Acontece que, para conseguir vender mais, selecionar esse tipo de cor é a opção mais vantajosa, e isso, apesar de ser uma opção individual de cada criador, acaba em longo prazo sendo um “tiro no pé” para toda a raça, uma vez que a seleção por pelagem não necessariamente será uma seleção por qualidade. Sem contar os inúmeros problemas de saúde relacionados ao doublemerle, como cegueira, surdez, epilepsia e câncer de pele. Por isso, minha filosofia de trabalho é voltada sempre para priorizar a qualidade. Se, por ventura, nascer alguma pelagem comercial no nosso canil, será por mera casualidade.


13- Deixe um recado para quem pretende adquirir um Ovelheiro Gaúcho.

A dica que eu deixo é a mesma de sempre, aquele velho clichê: Independente da raça, sempre dê preferencia para criadores registrados, premiados, que trabalham funcionalidade, que se importem com a saúde, com o bem estar animal e com melhoramento genético, mesmo que isso lhe custe mais caro. Assim você, com certeza, irá adquirir o melhor que a raça pode lhe oferecer, e ao mesmo tempo estará estimulando uma criação competente. 

Endereço: Estrada Linha Portão nº 251, Rio Pardo-RS, Brasil.
Whatsapp (fone): + 55 (51) 98165-4111