É importante entender que diferente das raças de cães estrangeiras, desde o Pinscher até o São Bernardo, foi preciso um criador pioneiro importar exemplares de tais raças para dentro do Brasil, entretanto, no caso das raças brasileiras, como Fila, Pastor da Mantiqueira, Buldogue Campeiro e o próprio Ovelheiro Gaúcho, isso não aconteceu. Ou seja, não existe um criador precursor, ou uma pessoa que tenha feito um trabalho solitário de desenvolvimento dessas raças. Simplesmente o processo seletivo para cumprimento de determinada função em solo tupiniquim foi o suficiente para sua formação. Isso explica, inclusive, as diferenças fenotípicas entre exemplares, dependendo da microrregião originária. No caso específico do Ovelheiro Gaúcho, muitos peões campeiros antigos, homens de notória sabedoria das lides gaúchas, contribuíram para o surgimento dessa raça. E posteriormente, devido ao trabalho de seleção dos cinófilos técnicos, hoje podemos considerar que o fenótipo já está em processo avançado de homogeneização e tipicidade. Por isso entende-se não atrelar o mérito de vanguarda a apenas um criador, mas principalmente respeitar e relembrar o trabalho de todos os grandes cinófilos que de alguma forma contribuíram para chegar onde chegamos. Podemos listar aqui algumas curiosidades sobre os criadores pioneiros da histórias recente da raça (pós oficialização):
Telmo Souza Lima Filho, do Canil Black Money, foi o primeiro a realizar estudo técnico, para criação do padrão da raça, em Viamão-RS, ainda na década de 90.
Milton José Rodrigues de Almeida Filho, do Canil Reusfatim, do município de Rio Grande-RS, juntamente com Telmo Souza Lima Filho, do Canil Black Money, foram os primeiros a registrar afixo, exemplares e ninhadas, no início dos anos 2000.
Leyla Hias Norte Rebelo (in memorian), do Canil Rebelo's Beauty, de Porto Alegre-RS, foi a primeira proprietária a fazer campanha em exposições, sendo a primeira proprietária de ovelheiro gaúcho a figurar em uma classificação de BIS adulto, com o saudoso cão Black Money Paçoca, na exposição do Livramento Kennel Clube, em Santana do Livramento-RS, no ano de 2007.
Zuleika Borges Torrealba (in memorian), carioca do Rio de Janeiro-RJ, uma figura pública (proprietária do grupo Libra), foi a primeira criadora a divulgar a raça fora do Rio Grande do Sul, e produzir filhotes em larga escala, até o ano de 2013, no agora desativado Canil da Maya, no município de Bagé-RS. Seu principal exemplar, utilizado como pet de companhia e "modelo" de divulgação da raça nos eventos sociais chamava-se Chuí da Maya.
Diego Lima Paz, do Canil Santa Terezinha, de Rio Pardo-RS, foi o primeiro a exportar exemplares dessa raça para fora do Brasil. USA em 2016, Uruguay em 2019 e novamente USA em 2023. Além dos históricos primeiros envios de filhotes para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.
Ana Luiza Albuquerque Schames, do Canil Morada de São Chico, de Porto Alegre-RS e Diego Lima Paz, do Canil Santa Terezinha, de Rio Pardo-RS, foram os primeiros a expor a raça ovelheiro gaúcho em uma evento FCI - Internacional, a exposição das Americas y el Caribe, em Fortaleza-CE no ano de 2018, com os cães Jade da Sta Terezinha e GC Teimoso da Sta Terezinha.
Nota 01: Imagens públicas, extraídas das mídias sociais, com objetivo meramente informativo.
Nota 02: Nem todos os exemplares expostos pertencem ou são da criação do Canil Santa Terezinha.
Nota 03: Imagens com nenhuma violação de direitos autorais pretendida.