ALIMENTAÇÃO
Com certeza o assunto mais polêmico no que diz respeito a cães. Principalmente porque existem muitas marcas de rações disponíveis no mercado, uma disputa acirrada de interesses comerciais entre as fábricas e uma verdadeira guerra de vendas entre os representantes. Mas por outro lado, isso também faz com que haja produtos de excelente qualidade, com preços bem acessíveis ao consumidor.
De fato uma ração de categoria Super-Premium, juntamente com suplemento vitamínico, pode proporcionar um salto na qualidade de vida do seu ovelheiro. Entretanto, precisamos ter em mente que cada animal é único, com suas características, seu peso, sua idade e suas atividades, fazendo que a demanda de nutrientes seja diferente para cada um. Portanto, a dieta aplicada a um cão pode não ser a ideal para outro, e problemas relacionados a desnutrição ou obesidade são corriqueiros quando os proprietários não tem essa visão.
Lembrando também que ovelheiros são cães de trabalho, necessitando um físico atlético, onde a alimentação pode comprometer o desempenho de pastoreio.
Uma dica é tentar encontrar uma marca de ração a qual seu cão demonstre gostar mais, inicialmente propor a ele uma quantidade entre o intervalo de medida diária indicado pelo fabricante, e ao longo do tempo ir fazendo pequenos ajustes de dosagem conforme você for notando que ele ganhou ou perdeu peso. Já para os filhotes e idosos o fornecimento de ração, preferencialmente de alta categoria, pode ser feito de uma forma mais generosa, sempre seguindo a recomendação do fabricante.
Outra dica é não ficar trocando a marca de ração todo o tempo, mesmo que promoções aconteçam e uma marca mais cara torne-se mais barata. Mas se assim mesmo, você optar pela troca, faça isso de forma gradativa e, novamente, conforme recomendação do fabricante.
Também a alimentação natural está "na moda", entretanto esse tipo de alimentação é mais complicado para mensurar as quantidades de nutrientes necessários para cada cão, requerendo uma expertise para elaboração de uma dieta balanceada, por isso não é recomendada (a não ser que você seja um especialista em nutrição animal), e também porque muitos alimentos, comuns para a alimentação humana, não devem ser oferecidos ao cães, como por exemplo: Chocolate, cebola, frutas cítricas, alho, açúcar, uva, passas, coco, abacate, gengibre, massas fermentadas, bebidas alcoólicas, entre outros.
Comprar um cão de raça ou adotar um cão de rua?
Esse é o maior dilema para quem deseja adquirir um cão no dias atuais. Sendo que o slogan "Não compre, adote!" usado como um mantra de militantes da causa animal, em uma narrativa muito forte, atrelando o mito de que um cão adotado atenderá "exatamente" as mesmas expectativas de um cão comprado. Mas essa lógica infelizmente não faz muito sentido, não somente pela aparência (uma vez que geralmente os cães para adoção são sem raça definida e os cães para comercialização são de raça pura), mas principalmente pela conjuntura de fatores que diferem um caso do outro.
Nós explicamos:
Quando você adquire um cão por compra, não está apenas adquirindo o filhote, mas sim todo o esforço e dedicação do criador pela existência daquele indivíduo. Isso inclui primeiramente estudo de acasalamento, para garantir padrão racial morfológico e de temperamento, para garantir comportamento adequado e/ou funcionalidade, mas principalmente manejo sanitário e de controles de doenças, garantindo saúde do exemplar e também da pessoa que adquire, evitando assim situações de risco, gastos veterinários e promovendo qualidade de vida. Lógico que essa situação se refere exclusivamente a criadores responsáveis, que encaram a criação de cães com seriedade e promovem a cinofilia técnica, com todos esses cuidados. A comercialização demasiada de filhotes, sem esses critérios e em locais inadequados, deve sim ser desestimulada e até coibida.
Já o filhote de rua, adquirido por doação, apesar de incontestavelmente representar um gesto de boa intenção, pode na prática acabar gerando uma série de problemas em um futuro próximo, não só pelo temperamento absolutamente imprevisível dos cães sem raça definida, que na maioria dos casos apresentam estereotipismos, seja de agressividade, timidez, hiperatividade e etc., como principalmente de saúde do cão, uma vez que cães de rua geralmente não passam por controle de doenças como Cinomose, Parvovirose, Babésia, e com absoluta certeza não passam por exames mais detalhados para identificar doenças genéticas e multifatoriais, como por exemplo Displasia Coxofemoral, Sarna Demodécica, Atrofia de Retina, Atrofia Muscular, Hipersensibilidade à medicamentos e etc., que podem comprometer não só a vida do cão, como o bolso da pessoa, com gastos veterinários ao longo dos anos. E em casos ainda mais graves, de cães portadores de zoonoses, como Leschimaniose, Brucelose e até Raiva, que podem contaminar toda sua família, inclusive com risco real de morte.
Então, se você deseja ter um cão, que irá conviver com as pessoas que você mais ama, por mais de uma década, leve em consideração essas informações citadas acima. Afinal, você tem apenas dois caminhos a seguir: Ou faz um investimento para uma aquisição garantida; Ou não gasta nada e corre o risco de ter uma frustração.
Mas independente de qualquer coisa, lembre-se: Não deixe ninguém lacrar sobre a sua opção de qual animal você deseja ter na sua casa, para conviver com a sua família. Comprar ou adotar, é seu direito de escolha.
Saber avaliar a correta morfologia de um ovelheiro não é algo fácil. Identificar características desejáveis e indesejáveis na conformação corporal do animal é um trabalho para especialistas. O público em geral exerce uma avaliação preliminar mais simplória e cometem alguns equívocos, se atendo apenas as características mais explícitas, como cor, tamanho e cabeça.
A cor de pelagem é sempre a primeira impressão ao observar um cão. Porém, no julgamento em exposição, para o árbitro, a cor definitivamente não tem a mínima importância. Já no pastoreio, a cor não importa para o peão, nem para a rês. E para as crianças que buscam um cão amável e dócil, a cor não importa na hora das brincadeiras. Em resumo: Cor não é um diferencial de qualidade.
Os grandes ou pequenos tamanhos geralmente estão mais atrelados com problemas estruturais na ossatura e nas andaduras, do que propriamente com qualidade. Ovelheiros pequenos tendem possuir movimentação encurtada, sem fluência nas passadas, e ovelheiros grandes tendem a ter movimentação desengonçada, com muito balanço.
A expressão de cabeça também é algo que sempre chama muito a atenção, mas apesar de uma cabeça bonita e um crâneo proporcional serem muito importantes, não são tudo. A cabeça é apenas uma parte de todo um conjunto. Não adianta nada o exemplar ter uma expressão bonita, mas ser desaprumado, entroncado ou jarretudo. Todo o corpo precisa ser equilibrado.
Proporcionar ao seu ovelheiro um pátio espaçoso com gramado, terra e árvores seria o cenário considerado ideal, mas sabemos que nem sempre essa é a realidade de todos os proprietários. Hoje em dia, felizmente, essa raça está alcançando uma representatividade cada vez maior e se tornando muito popular nos grandes centros urbanos (em condomínios e apartamentos). Nesse caso, os passeios regulares em parques e "cachorrodromos" são uma ótima opção, onde eles acabam interagindo com outros indivíduos (cães, gatos, pessoas, etc), brincando, correndo e se exercitando, prevenindo assim uma possível situação de estresse, aborrecimento, hiperatividade ou qualquer outro estereotipismo comportamental causados geralmente por contínuo confinamento em espaços restritos.
Então a dica é sempre tentar proporcionar para seu ovelheiro o maior número de passeios possíveis, dessa forma ele se desenvolve feliz e com uma qualidade de vida cada vez melhor, e quanto mais interação o cão tiver com outros indivíduos, mais inteligentes eles ficam (ou melhor dizendo, mais eles aprendem), sem contar que assim você e seu cão estreitam a relação e criam cada vez mais afinidade.
Lembrando também: Estudos comprovam que exercícios físicos são muito benéficos para os cães. Desenvolve a musculatura, as articulações, previne o sobrepeso, melhora a resistência e, até no comportamento, estreita os laços afetivos da matilha. Sem contar que um bom condicionamento físico auxilia, e muito, no desempenho funcional de pastoreio.
Também é muito importante entender que os ovelheiros precisam viver uma vida de cachorro! Ou seja, sem "humanização". É dessa forma que proporcionamos a melhor qualidade de vida, com uma longevidade garantida.
Cachorros são animais de toca, por isso gostam e precisam ter uma "casinha" coberta, que lhes inspire segurança. O ideal é que o espaço não seja muito grande, mas que no mínimo o cão consigam ficar em pé sobre as quatro patas e dar uma volta sobre o próprio corpo dentro da área. Por outro lado, o dono também precisa ter em mente que ele vai precisar acessar o local, para fazer a limpeza do espaço, portanto seria interessante que a área seja um pouco maior, ou de um tamanho suficiente para que uma pessoa consiga adentrar.
Para os ovelheiros, que são cães de porte médio, a área interna ideal, para se sentirem confortáveis e seguros, gira em torno de 1,50 m². E da mesma forma, tão importante quanto a área coberta, é a área externa, exatamente pelo fato de o cão precisar de contato direto com a luz do sol. Essa área, também conhecida como "solário do cachorro", deve ser bem maior do que a parte interna, preferencialmente um pátio grande, pois é onde ficará a comida do cão, o espaço para ele fazer as suas necessidades e também onde ele caminhará um pouco enquanto toma sol. Lembrando que escolher um local onde o cão posso tomar banho de sol é muito importante, pois faz bem para a pele, deixa o pelo mais brilhante e fortalece os ossos, além de servir como um esterilizador do ambiente, diminuindo os odores.
É sabido que uma das principais características dos ovelheiros é a rusticidade, mas não é porque estes cães são fortes e resistentes que eles não necessitem de cuidados como qualquer outro pet. Então, a principal recomendação, no que diz respeito à bem estar animal e estado físico dos cães, é sempre manter um acompanhamento com médico veterinário, pois é ele o profissional técnico que vai elaborar os protocolos de manejo para mantê-los livres de parasitas como pulgas, carrapatos, vermes e sarnas, que são vetores em potencial para diversas doenças. Também é fundamental controlar todas as vacinas, deixando sempre em dia através das carteirinhas.
Por isso é muito importante controlar a medicação preventiva. Não adianta nada comprar a ração mais cara do mercado e o vermífugo e vacinas estarem vencidos.
Cabe salientar que estamos tratando de animais, e que mesmo com todos esses cuidados, ainda assim existe a possibilidade de eles adoecerem e virem a óbito. O trabalho que se faz visa minimizar essa situação, porque em qualquer circunstância sempre é melhor prevenir do que remediar.
A vacina anti cio é um medicamento bastante acessível nas lojas agropecuárias, e pode ser aplicado pelo próprio tutor, sem a sugestão de um profissional. Sendo assim torna-se uma opção mais barata que a castração. No entanto, assim como qualquer outra vacinação, não é algo que deve ser injetado sem conhecimentos, principalmente porque esse tipo de método anticonceptivo para cadelas não é tão benéfico quanto parece. Isso porque o medicamento é composto à base de hormônios que inibem a ovulação, sendo comum o aparecimento de efeitos colaterais em 9 a cada 10 fêmeas, aumentando exponencialmente o risco de tumores que são originários do uso excessivo dessa vacina, especialmente o câncer de mama.
Por isso a nossa dica é, caso você opte por não procriar, escolha o método da castração. Por vários motivos: É mais seguro, sem efeitos colaterais prolongados e aumenta a expectativa de vida da sua fêmea, sem contar que o barato pode sair caro no final das contas, e assim você não corre o risco de prejudicar a saúde da sua cadela no futuro.
Colocar dois animais juntos, com objetivo de reprodução, requer conhecimento e responsabilidade. São vários problemas possíveis de acontecer: No período de cio da fêmea, os machos adultos ocasionalmente acirram as disputas e podem brigar feio, doenças sexualmente transmissíveis também existem no meio canino, gestações consecutivas fragilizam a saúde da matriz, e se não bastasse os problemas fisiológicos e comportamentais, ainda existe o problema da perpetuação de cães despadronizados (com características indesejáveis), sem contar a superlotação de cães de rua, que está amplamente relacionada à reprodução sem critérios mínimos.
Então, se você não possuí um canil registrado, se você não é um especialista em cães, se você não faz estudos técnicos cinófilos, se você não aplica protocolos de manejo, se o seu cão não é um exemplar do "terço superior da raça", se seu cão não possui funcionalidade ou morfologia comprovada, então você não deve colocar ele ou ela em cria. "Ah, mas ele é velhinho e nunca namorou" ou então "eu queria um filho do meu cachorro" não são argumentos técnicos que justifiquem a reprodução do seu cão.
Deixe a tarefa de procriar para os canis especializados e competentes. Vale muitos mais a pena você, quando quiser, adquirir um filhote bem selecionado por um canil referência, do que procriar o seu próprio cão (provavelmente de padrão questionável). Lembre-se que, o filhote de hoje, pode vir a ter vários descendentes em pouco anos (filhos, netos, bisnetos, trinetos e assim sucessivamente), sendo que o maior número de abandonos são de filhotes proveniente de tutores irresponsáveis, que procriam esses animais demasiadamente. Ou pior, proprietários que, oportunamente procriam cães fora do padrão, com objetivo de fazer comércio barato.
A triste consequência de tudo isso, é o aumento exponencial da população de cães de rua, que vem a ser um problema de saúde pública. E você provavelmente não vai querer contribuir para esse cenário, não é mesmo? Esperamos ter ajudado nessa conscientização.
Ter um cão é muito mais que uma responsabilidade afetiva, é também financeira. Por isso, antes de levar um cachorro pra casa, consulte não somente a sua família, mas também o seu bolso. Adquirir um filhote não é como comprar pão na padaria, cada exemplar é único, os cães não são descartáveis e o abandono é crime.
Lembre-se que ofertas de filhotes com preços mais baixos, quase sempre, refletem exemplares fora do padrão, ou criações sem preocupações básicas de saúde e manejo dos animais, para não dizer maus tratos. Por isso é muito mais importante escolher a origem do filhote, do que qualquer outra coisa. Lembre-se também que um cão não deixa de ser um bem de desfrute, onde o proprietário irá conviver por 10, talvez 15 anos. Ou seja, é passivo de gastos durante toda vida, sendo que o custo para mantê-lo durante toda a vida certamente irá ultrapassar o custo de aquisição.
Dessa forma, também é importante levar em conta que, um animal bom ou um ruim (em termos de padrão racial), irá ocupar praticamente o mesmo espaço e comer praticamente a mesma comida. Ou seja, os seus custos com manutenção serão rigorosamente os mesmos.
Do ponto de vista da cinofilia, um filhote pode ter qualidade pet ou qualidade show. Cães com qualidade show são os que apresentam morfologia mais próxima do ideal descrito pelo padrão da raça, e são indicados para participarem da reprodução e para serem apresentados nas exposições. Cães com qualidade pet, são cães que estão dentro dos limites do padrão da raça, mas que apresentam pequenas deficiências que limitariam o seu desempenho funcional e consequentemente o sucesso nos julgamentos das exposições. Podem, mediante avaliação criteriosa e correto planejamento dos acasalamentos, participar da reprodução, mas dificilmente seriam empregados em um plantel onde a seleção já está mais avançada.
A avaliação dos filhotes, por volta dos 60 dias de idade, embora muito sujeita a falhas em função das mudanças durante o desenvolvimento, permite ao criador experiente, estimar, eventualmente, a perspectiva de qualidade show em algum deles. Naturalmente esses filhotes terão valores diferenciados, quando colocados em disponibilidade para comercialização.
Não existe seleção morfológica para pet. A qualidade pet reflete apenas a falta da qualidade show.
Um canil pode produzir 100% de seus filhotes com qualidade pet, porém, nenhum canil produz 100% com qualidade show.
Está pensando em viajar com seu cachorro de carro? Nós já fizemos isso muitas vezes e adoramos. Com a experiência de viajar para feiras e exposições aprendemos um pouco sobre o que facilita a adaptação dos nossos ovelheiros e o que ajuda para que viagem seja agradável.
Primeiramente lembre-se que transportar um cachorro no seu carro pode se tornar um grande desafio. O balanço do automóvel causa enjoos, se o cão não estiver ambientado em viajar. Nesse caso as náuseas e vômitos são um problema bastante comum. Mas não tem solução simples, o jeito é encarar o problema e fazer com que o animal ande de carro periodicamente até se acostumar. Uma dica é deixa-lo em jejum antes das viagens. Depois de acostumados, eles começam a desfrutar melhor dos passeios e nunca mais enjoam. Outra dica muito importante é fazer as adaptações necessárias para que a viagem seja divertida, isto pode significar, por exemplo, sempre ter sacos plásticos à disposição para recolher o cocô do seu cachorro (nunca deixe a sujeira dele no chão), e também ter lenços umedecidos, papel higiênico e toalhas, caso ele enjoe e vomite. Para quem pretende leva-los em carrocerias de caminhonetes, como nós, a dica é instalar uma gaiola e colocar serragem no fundo da carroceria, assim eles viajam com conforto e segurança. Mas lembre-se, antes de pegar a estrada, verifique se as vacinas, antipulgas e desvermifugação do seu cachorro estão em dia. É fundamental para a saúde dele e também para a de todos os que irão conviver com seu cão. O importante é que a experiência seja feliz para todos.
Seguem abaixo algumas instruções de como escolher a caixa de transporte do seu cão, através de um método de cálculo bem simples:
Assim como os humanos, os cães também tem um jeito próprio de se comunicar com o mundo ao seu redor. É algo que faz parte da personalidade de cada um deles e, por isso, é importante entender alguns aspectos do comportamento canino. Alguns ovelheiros tendem a serem mas destemidos, outros mais tímidos, mas a linguagem corporal canina é uma só, muito rica e mais fácil do que parece para compreender. Por isso, aprender como interpretar o comportamento canino é fundamental para melhorar essa relação homem-animal. O movimento da orelha, do rabo e até o olhar de cachorro diz bastante coisa sobre eles. Então elaboramos um fluxograma gráfico que pode ajudar a identificar como é o padrão de comportamento do seu pet.
Ovelheiros são cães bastante inteligentes e de aprendizagem fácil, em certos casos são até autodidatas. Entretanto, um bom ensinamento pode fazer muita diferença.
Sabendo que tradicionalmente os cães dessa raça pastoreiam em matilha, se você tiver um ovelheiro mais experiente (popularmente conhecido como "mestre" ou "líder"), esse naturalmente irá ensinar os mais novos como devem ser os movimentos certos de investida no rebanho. Ao longo dos anos esse ciclo pode se renovar automaticamente, onde os mais novos vão aprendendo com os mais velhos, sem que você proprietário precise fazer grandes esforços para ensinar.
Importante entender que existe um período ideal para propor o treinamento a um ovelheiro. Começar antes dos 6 meses é muito arriscado, pois os acidentes (como coices) podem ser perigoso (até fatais). Por outro lado, começar o treinamento após os 24 meses faz com que o ovelheiro apresente dificuldades no aprendizado, ou pior, talvez nunca aprenda a pastorear.
Uma dica prática é, na mangueira/curral, iniciar com os ovelheiros presos por uma corda guia. Depois, conforme eles forem aprendendo o jeito correto de fazer as investidas na rês, você pode gradativamente ir dando corda a eles, até finalmente leva-los soltos. E lembre-se, animais aprendem muito mais por reforço positivo do que com punição, então, caso o seu ovelheiro cometa os eventuais erros de jovem principiante, tenha paciência, afinal, ninguém nasce sabendo, nem os animais.
Você sabia que o cocô do seu cão é um indicativo da saúde dele? Observar mudanças na coloração, consistência, frequência de evacuação, ou quantidade, pode ajudar você a identificar problemas com seu ovelheiro. Nem sempre as pequenas alterações indicam algo grave. Por vezes, pode mesmo se tratar de um pequeno desarranjo gastrointestinal, tal como com os humanos. Mesmo assim é bom ter atenção, e caso note nas fezes algumas das situações indicadas a baixo, procure um veterinário.
Brancas: Podem ser consequência de uma dieta com muito cálcio, como cães que ingerem grande quantidade de ossos. Outro motivo é que o cachorro esteja comendo o que não deve, como pedras, papel ou outros objetos, pois o cão pode estar com falta de algum nutriente ou apresentar problemas de origem comportamental.
Com Pontinhos Brancos: Indica presença de vermes e o cão precisa ser desparasitado.
Amarela: Está relacionada a intestino irritado, talvez pela ingestão de algum alimento inapropriado ou por parasitas.
Transparente: Indica presença de giárdia, que é um parasita microscópico que causa essa diarreia. Por isso, o cocô fica mole, aquoso e pode ter excesso de muco. Além disso você deve estar atento a outros possíveis sintomas provocados pela giardíase, como emagrecimento e cansaço.
Verdes: Também podem indicar a presença de parasitas, como giárdia, ou algo simples, como o cão ter comido muita grama.
Cinzas: Podem indicar problemas no fígado, pâncreas e vesícula biliar.
Pretas ou escuras: Geralmente indica a presença de sangue na parte superior do gastrointestinal do animal. Como há várias causas para este problema, como uma úlcera no estômago, o recomendado é consultar um veterinário urgente.
Vermelhas: São as mais preocupante, pois indicam sangue proveniente de lesões graves, geralmente causadas por doenças como a parvovirose. Nesse caso, busque atendimento veterinário imediatamente.
Os cães são animais muito curiosos, por isso demonstram interesse em brinquedos e outros, e com os ovelheiros do Canil Santa Terezinha não é diferente. Então, para que eventualmente eles não acabem destruindo ou estragando os utensílios da casa, é muito importante propicia-los coisas que possam cheirar, morder e roer, uma vez que eles não possuem mãos e acabam "descobrindo o mundo" justamente pela boca. Uma dica é deixar propositalmente no pátio artefatos de diferentes materiais e texturas, como plástico, borracha, tecido, madeira e até ferro. Para que eles possam matar essa curiosidade, principalmente quando são jovens, estão com os dentes aflorando, e se entediam com facilidade. Depois de se tornam adultos maduros (com 36 meses) eles geralmente param com esse comportamento e focam sua atenção em outras atividades, como monitorar o pátio, pastoreio e companhia ao dono.
Os testes genéticos para detectar possíveis condições inerentes ao indivíduo, lançados pelos laboratórios pets de forma comercial a cerca de uma década, são uma ferramenta moderna, partindo do princípio que a cinofilia, como um todo, já ultrapassou dois séculos de trabalho de seleção. Ou seja, os criadores antigos chegaram onde chegaram, e construíram toda uma história na cinofilia, sem a existência desses testes.
Entretanto, é consenso que esse é o caminho natural de progresso para todas as raças, porém apesar de representar um grande avanço nas criações, para o Ovelheiro Gaúcho (uma raça em formação), onde a variação genética é muito grande, ainda não se tem informações suficientes para definir quais dessas condições são as mais comuns e devem ser testadas (apenas indicativos, a partir das outras raças do mesmo type).
Note que estamos utilizando justamente a expressão testes de "condições inerentes ao indivíduo" e não teste de "doenças genéticas" (como popularmente são conhecidos), porque é importante entender que a palavra "doença" é caracterizada por sintomas e sinais clínicos. Dessa forma, essas condições inerentes ao indivíduo podem, ou não, estar associadas a algumas questões de saúde.
Também cabe ressaltar que, no ramo do mercado pet, oque estamos vendo acontecer hoje, na prática, é um loby muito grande por parte dos representantes desses laboratórios (em uma postura típica de formação de cartel), pressionando os criadores, usando a palavra "doença" para espalhar pavor e estimular a compra dos seus produtos. E até classificando como "irresponsáveis" (em uma verdadeira "lacração" virtual) os criadores que não comprarem os seus testes/laudos, que diga-se de passagem, não são nada acessíveis, principalmente para uma raça "menos famosa" como Ovelheiro Gaúcho, onde comercialmente não existe uma grande procura, se comparada a outras raças já consolidadas. Em outras palavras, o lema deles é: Compre nossos testes e será um bom criador, não compre e será um criador ruim.
Provavelmente, em alguns anos, teremos um diagnóstico mais preciso em relação ao Ovelheiro Gaúcho, por enquanto, os testes genéticos ainda são uma ferramenta que carece de uma amostragem maior. Em outras palavras, hoje por exemplo, ao adquirir um filhote testado, ele pode estar "limpo" para algumas "doenças", mas pode não ter sido testado para tantas outras. Sem contar ainda que, testar um cão geneticamente, não é testar funcionalidade, não é testar morfologia, não é testar habilidade materna, não é testar obediência, não é testar temperamento, entre outras. Então, se por um lado essas novas tecnologias estão cada vez mais possibilitando uma evolução no meio cinófilo, por outro lado estes testes estão se tornando muito mais uma manobra comercial de convencimento na negociação de filhotes, do que a excelente ferramenta de seleção que poderiam se tornar.
Nota: Nós do Canil Santa Terezinha temos todo nosso plantel testado, mesmo assim nunca iremos nos referir a qualquer outro criador classificando-o como "irresponsável", se não fizer o mesmo.